As mãos demarcadas pelo trabalho de uma vida. Manuel Falcão, artesão não de sempre, mas para sempre. Uma atividade que iniciou há cerca de 34 anos. O caminho, fez-se caminhando.

Primeiramente no ramo da eletricidade, onde ocupou o cargo de eletricista industrial na cerâmica do planalto. Depois ocorreu um acidente que ditou uma mudança na sua vida, assumida pelo próprio. A ambição passava por aprender, e investir enquanto ser humano e profissional. Uma pessoa autodidata que se dedicou à pintura. Explorar a veia artística foi inevitável, concluindo o curso de Formação artística, na Cooperativa Árvore-Porto, em 1992. Ainda lecionou, durante 4 anos, Educação Visual na Escola Secundária em Mogadouro. A arte foi sempre um gosto para Manuel, mas só após abdicar do seu cargo de professor, é que se dedicou verdadeiramente ao artesanato.

Pintou altares, produziu gravuras, e investiu na escultura. Atualmente faz uma reflexão sobre o seu percurso e evidencia que a escultura é a área com a qual mais se identifica.
O material com que mais trabalha é a madeira, característico da zona de Mogadouro. Um trabalho executado em diversos tipos de madeiras, ora castanheiro, amoreira e oliveira, na qual destaca a beleza natural de uma peça esculpida neste tipo de material.

O granito, foi um desafio, mas superado com sucesso. E foi com o granito que esculpiu o Chocalheiro de Bemposta, uma peça que embeleza os dias a quem percorre este território.
Mas não se fica só pelas esculturas! Manuel tem criações dispersas por todo o concelho (e arredores), onde se destacam as máscaras tradicionais transmontanas, como uma das obras que mais gosto lhe dá.

São as emoções que ditam a sua arte, vivendo-a intensamente, acreditando que apenas assim a arte é autêntica e genuína. As obras de Manuel representam a conexão entre a arte e o artista, onde só faz sentido criar, quando se sente uma paixão inigualável para o fazer.