Casa das Cruzes

PÃO/DOCES

Porquê em Mogadouro?

A mudança de casa para Travanca possibilitou que Rita fizesse o que gosta. O forno a lenha e a masseira em que confeciona o pão e os bolos tradicionais foram dois elementos-chave para garantir os produtos verdadeiramente caseiros que quer garantir aos seus clientes.

Como é que o território contribuiu para a qualidade do seu produto?

Os principais ingredientes provêm da terra e dos animais de Mogadouro. Os ovos, a farinha “Moagem de Tó” e o azeite são alguns “produtos naturais” que, diz, “sempre comprei aqui, nunca comprei a empresas de fora. Fui sempre aqui ao produtor, ao comércio local”.

O que diferencia o seu produto?

Na Casa das Cruzes segue-se a tradição a rigor num processo em que “é tudo natural”. As receitas “são todas caseiras” e “tudo é feito à mão”. Sempre com o tempo certo e sem a velocidade industrial que compromete o sabor e a qualidade: “eu não tenho máquina, não uso nada elétrico”.

a nossa origem

Dormidos, económicos, bôlas da sertã, folares, rosquilhas, bôlas fritas e de azeite… quem conhece os produtos típicos transmontanos fica com água na boca ao lembrar-se do sabor destas maravilhas gastronómicas que fazem recuar no tempo e nas memórias.

Na Casa das Cruzes, em Travanca, uma freguesia do concelho de Mogadouro, elas partilham a masseira e o forno a lenha com o tradicional “pão da avó” que ali é feito por Rita Gonçalves para responder aos clientes que procuram o verdadeiro gosto caseiro.

O que é hoje um negócio local sério começou como “uma brincadeira”. A estreia de Rita foi na Feira Franca dos Produtos da Terra (Amendoeiras em Flor) de 2008 e, a partir de então, deu continuidade ao gosto de meter as mãos na massa “como faziam a minha mãe e a minha avó”, acrescentando “eu gostava daquilo”.

Um gosto que resulta em produtos únicos pois “tudo é feito à mão” e com ingredientes caseiros. Caraterísticas distintivas dos seus produtos que a motivaram a aproveitar o tempo extra dado pelo confinamento da pandemia COVID-19 para criar a marca e a página do Facebook em que se repete a frase “visite Travanca, compre Tradição”.

A junção da tradição e da divulgação moderna nas redes sociais aumentou o número de encomendas e alterou a rotina familiar. O apoio é geral e a ajuda surge sempre que é necessária. Desde o marido aos filhos, sem esquecer a irmã e a mãe, “quando é o dia para fazer, estamos todos ali, a família envolve-se (…) pronto, é mesmo caseiro”.

Na vida de Rita, a Casa das Cruzes e o emprego são conciliados com um ritmo próprio. Na cozinha não existe a velocidade dos equipamentos elétricos, por opção, e as horas parecem levedar como a massa do pão e dos bolos quando faz o que lhe dá “gozo”: “estar a amassar, estar ali a fazer e pronto”. É o tempo certo para confecionar não só receitas tradicionais, mas também as que lhe são pedidas pontualmente, como o folar de canela ou de marmelada, o pão de alfarroba, o pão de ló molhado na altura da Páscoa, os doces e sobremesas que compõem a ceia natalícia e não só…

É verdade que se pode perpetuar a tradição com novas perspectivas e Rita gosta de inovar. Um exemplo de sucesso é a Queijada de São Martinho que criou na Feira de São Martinho (aldeia de Tó) e em breve surgirá outra novidade feita com o verdadeiro gosto caseiro da Casa das Cruzes, naturalmente. Quem já provou, diz que é “uma delícia”.